Em uma história...Me vi descrita....Como a protagonista...

*P.S:Essa história abaixo não é de minha autoria...Mas mesmo assim parabéns para quem à escreveu...Conseguistes retratar minha alma...*


Uma Historia...

Certa vez eu conheci uma garota cujo os olhos eram fundos e úmidos constantemente, a garota era parda, branca, pálida, mais somente eu a enxergava...
Poucos entendiam eu dizer sobre os sons que eu ouvia, sons que latejavam em minha mente, sons que nada mais eram que sonhos ecoados na minha cabeça, sons ensurdecedores que suplicavam ajuda. Poucos entendiam porque sempre via a garota entristecida e enjaulada nos seus próprios pensamentos, temendo sair, temendo viver...
Alegavam ver somente uma garota corada, cheia de vida, com um sorriso nos lábios, e que atenciosamente tentava ajudar os seres...será que eles realmente viam a mesma garota? Ou seriam meus olhos que viam demais?
Eu tentava entender a garota, tentava falar com ela, mas parecia inatingível, parecia intocável.
Ouvi dizer que não gostava de visitas, nem de si mesma.
Certo dia acabara de chegar o circo a cidade, e todos queriam visitá-lo, eu sabia que a garota jamais iria pois alem de não gostar de sair de casa, detestava circo...mas inexplicavelmente naquela manhã, a garota acordara com a sensação de que ali poderia aprender um pouco sobre si mesma, e resolveu visitar.
Sorte minha, enfim poderia falar com a garota, que melhor ocasião haveria?
Havia naquele lugar a casa dos espelhos mágicos, e procurando por ela, a vi entrar cabisbaixa na casa, e entrei logo.
A garota estava se olhando com tristeza nos olhos e sorriso nos lábios, resolvi me aproximar...

_ Olá, posso fazer-lhe uma pergunta?

Ela olhou-me assustada, e sinalizou que sim.

_ Porque és tão radiante externamente, se sua alma grita na escuridão?

Ela surpresa olhou seu semblante, vasculhou-lhe a face, examinou cada poro do rosto e se pôs a falar;
Talvez porque eu queira mais do mundo e não possa ter.
Talvez porque enquanto as pessoas vêem beleza em mim, eu só gostaria que vissem minha alma.
Talvez porque tenha doado toda minha confiança, e tenha caído no chão, deitada traída sobre o nada que me restou.
Talvez porque um dia deitei sobre o meu travesseiro seco e confortante, com uma vida perfeita, e a cabeça cheia de sonhos, e tenha acordado sobre uma possa de sangue, sem idéia, sem rumo, sem força.
Talvez eu ainda tenha desejos, mais eles são tão ignorados por mim mesma, que não passam de lixos jogados junto ao passado.
Fitei os olhos da garota ainda lacrimejantes e cheios de duvidas e de nada, senti pena, senti remorso, senti arrependimento...
E ouvi uma voz que seguia o corredor, perguntar-me porque eu, somente eu, sabia tanto daquela garota, que não se mostrava fora, o que tinha por dentro...
E respondi em meio aos soluços que restavam do meu choro;

"Talvez porque essa garota seja eu!"