Realmente, tenho pensado bastante e, percebo que as palavras de Shakeaspeare são essenciais... Disse ele certa vez (imagino depois de ter lutado muito para vencer uma decepção pessoal) : " Descobre que se leva muito tempo para tornar-se a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto"... Acho que nos perdemos várias vezes durante a vida no mesmo caminho, por não saber o que fazer e o principal, COMO FAZER.
Assim decorrem-se anos, e na primazia doce e perspicaz da indecisão almejamos ter exatamente aquilo que já temos em momentos errôneos...Afinal, as vezes quando se perde se ganha e vise-versa... Vejo muita melancolia nesse não estado da consciência... E a tristeza vem, inevitável, deixamos para trás muitas atitudes infantis, que nada tem a ver com insulto - não vejo pejor na infância, MENOS UMA: A FRUSTRAÇÃO IGNÓBIL E SOBRESSALTADA possível de ser deslumbrada através de uma sincera expressão carrancuda e fechada, nada graciosa nos adultos...
Nas exigências da idade adulta, perdemos tudo que deveríamos guardar e valoramos quase tudo aquilo que não deveríamos... Perdemos, sobretudo, por não ter mais forças para ir na direção oposta, contra a correnteza, no caminho contrário... Perdemos por antecipação, pois se olhassêmos com olhares mais interessados e atentos, o que fazíamos era o certo e quem nos julgava pretendiam caminhar conosco se, não julgassem loucura por verem todos menos nós fazendo o mesmo.
É tão complexo!
Nunca gostei da unanimidade da "MAIORIA VENCE"... TOLICE!
E crescemos nos habituando com as expressões falseadas, ensaiadas num mero espelho que só mostra aquilo que queremos ver, as vezes não, mas passa-se a ser tão comum enganar-se.
Olhos tristes...
Roupas da moda na moda...
Sorrisos falsos...
Mentiras, que ganham novas conotações...
A banalidade do Ser...
A importância do Ter...
O dinheiro mediando relações...
A pequenez da alma...
A união advinda dos desastres que evidenciam a fragilidade humana...
Um trato de mediocridade...
Depois de cada um desses passos cumpridos, um a um, viramos uma linha de produção de alta escala, que ao meu ver, vai continuar acumulando-se em um galpão qualquer, porque de tão parecidos, não convencem mais ninguém...
Tenho pena, de mim, de nós, de todos...
Falo porque conheço...
Encontro-me perdida entre a nobreza da infância e as sutilezas da idade adulta...
Quando compreenderes que a Vida e o Ser Humano é dividido e inteiro sem nunca se partir e sem nunca juntar-se por completo, entenderás o mistério que nos cerca...
E.C