sexta-feira, 15 de julho de 2011

Amor. Doce. Amargo. Azedo. Salgado. Amor.


Tocando Beatles.
Olhando o céu.
Lembra Eu.
Lembro Ele.
Quis dizer.
Nunca quis ouvir.
Sorri.
Minutos depois, chorei.
Quis ouvir mamãe.
Quis chamar...
Não pude.
Agora compreendi que sou somente só...Eu...só...Sozinha...
Não há nós.
Há você.
Há Um Eu dentre tantos Outros.
Dicotomia mundana.
Paradoxo divino.
Um sorriso amarelo, lençóis desarrumados...
Quatro paredes que nada escondem.
Você nasceu.
Eu morri.
Forçando sentir...
Colecionei doces arrependimentos.
E hoje, na bagagem...
Contabilizo.
Um coração à menos.
Conhecimentos à mais.
Um Ex atual.
Um refinado gosto musical.
Um fígado acidentado.
Dúvidas recorrentes.
Pouca paciência.
Um platonismo incurável.
Medos.
Satisfação.
Alguns gozos.
Menos pudores.
Uma moral de ferro.
Uma personalidade forte.
Um caráter inabalável.
Algumas dívidas.
Alguns trocados no bolso.
Uma estrela ao leste nascente.
Um pôr-do-sol atrás da cruz.
Nenhuma religião.
Vestígios de alguma religiosidade.
Manias.
E um pagamento que vale a vida.
No fim minha linda morte.
No meio minha triste vida.
No início um choro.
Nas entrelinhas, Você.
E vai tocando Beatles ...

E.

Desvanecer



Estou aqui, mais uma vez, e sei.
Sei que não te procuro alegre...
Embalada por um triste pensamento e uma dissonante canção,
narrando o que imaginei o que nós fôssemos... Percebi.
Como sou simplória.
Como sou extravagante desnecessariamente.
Olhando o meu coração notei pequenas feridas cicatrizando...
Acho que perdoei...Ódios...Rancores...Amarguras...
Convergi.
Numa centrífuga atirei o restante de mim e, o que resta-me agora
são sentimentos verdadeiramente vazios...
uma saudosa imagem inerte...
o sabor de um vinho barato...
o amargo do teu beijo...
a docilidade de um gesto...
a juventude se esvaindo...
risos abafados e distantes...
um adeus sincero...
uma criança que não nascerá...
um violão sem corda...
e um amor que desvanecerá.


E.